domingo, 30 de outubro de 2011

Para pensar...


"O Amor...

É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!"

Cecília Meireles

sábado, 22 de outubro de 2011

Conversando sobre o mito de Eros e Psique e o amor romântico


Voltando ao mito de Eros e Psique, percebo que ele retrata as concepções do amor romântico, que segundo Freire (OLTRAMARI, 2009, p.670) é uma mistura de ilusão e realidade, de ganhos e perdas, de avanços, paradas e recuos no campo das relações humanas. Podendo representar felicidade quanto sofrimento. Pode-se deduzir que o amor romântico não se sustenta com desconfianças, falta de perdão, de respeito, de sinceridade e de renúncia. (como nenhuma outra forma de amor). E quando os envolvidos na relação amorosa têm certeza de seus sentimentos, subsiste o desejo de ficarem juntos, sabem o sentido que este relacionamento terá para ambos, não se impondo condições para vivenciá-lo, ultrapassam qualquer barreira, como fizeram Eros e Psique; dois mundos diferentes, mas que se cruzaram e decidiram assumir as responsabilidades e desafios para ficarem juntos.

Pretto, Maheirie e Toneli (2009) relatam que o amor romântico (ou amor-paixão), no final do século XVIII e inicio do século XIX, é entendido predominantemente como um sofrimento que recompensa a vida, não é mais uma possibilidade entre tantas, mas a justificação da existência do ser. O casal acaba se distanciando da esfera social, pois ambos exigem exclusividade do parceiro, esquecendo-se de suas singularidades (“Eus”) e cada um criando grandes expectativas em relação ao outro e, por conseguinte, grandes frustrações e sofrimento, pois cada ser tem suas particularidades, mesmo dentro de uma relação amorosa.

Conforme Beauvoir (PRETTO, MAHEIRIE & TONELI, 2009, p.396) no amor romântico, ocorre à negação do contexto e da existência do outro, configurando o amor como um destino na vida dos sujeitos (ideia apresentada pelo oráculo de Apolo, quando fala do destino amoroso de Psique), comprometendo, por tanto, uma experiência amorosa livre.

Os amantes que estão envolvidos pelo amor romântico têm a impressão que sua vida esta exclusivamente dependente do amor do sujeito amado. Sentem a necessidade de fundir-se a pessoa amada, esquecendo de suas vontades. Porém, a relação de Eros e Psique, mesmo estando enquadrada nesta concepção de amor, não negam sempre suas vontades, um exemplo disto foi quando os dois negociaram a visita dela a sua família, mesmo Eros sabendo dos perigos que teriam.

Borges (2004), fala que o amor romântico é o amor da desmedida. Podendo encontrar isto claramente nos desafios que Psique enfrentou para reconquistar o amor de Eros, que iam para além da sua mortalidade. Retratando os males que fazem parte da essência deste amor, que são a morte, a loucura e o suicídio.

O relato de Eros e Psique conclui com os dois casando-se e com o nascimento de sua filha.....sobre sto, falarei depois...




BORGES, de Lourdes Maria. Amor. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Ed., 2004.

OLTRAMARI, Leandro C. Amor e conjugalidade na contemporaneidade: uma revisão de literatura. Psicologia. Vol.14, n.4, pp. 669-677; 2009.

PRETTO, Zuleica; MAHEIRIR, Kátia & TONELI, Filgueiras J.M. Um olhar sobre o amor no ocidente. Psicologia em estudo, Maringá, v. 14, n.2, p. 395-403, abr.jun. 2009.